Vez por outra, nos pegamos buscando uma resposta à seguinte indagação: o que faz de uma pessoa um ser caridoso, aquele que não se basta, mas que está sempre as voltas com a intenção de ajudar alguém? Esse assunto está sempre presente, porém, mais recorrente recentemente em tempos de pandemia.
Penso que o ato de doar nunca esteve tão em alta, na ordem do dia como agora. Questiono, então, se nascemos com este dom, porque para a maioria das pessoas seria tão simples quanto cantar, dançar, tocar um instrumento, cozinhar ou desenhar bem, ou seja, ter ou não um talento diferenciado, aquilo que não é para qualquer um. E intuito, sobremaneira, que sempre depende de um olhar sensível, atento, de cada um, em como aquilo lhe toca fundo. É uma condição meramente singular, única, de cada ser humano em particular. E concluo que é bem por aí.
O mais compreensivo seria pensar que, da mesma forma, fosse algo genético, uma prática que carregássemos na bagagem de nossa existência, de geração em geração.
Existe, também, a tese da cultura familiar: vendo seus pais fazendo, a tendência é que nos espelhemos neles, seguindo o exemplo que se apresenta mais perto de nós.
Mas não é tão simples assim quanto possa parecer. E é bom mencionar que o fato em si, não qualifica um indivíduo como bom ou mau, que isso fique bem claro. Talvez, não tenha despertado dentro dele ainda esse sentimento, mas ele está ali em estado bruto, só resta cultivá-lo, colocá-lo em prática.
Também não é algo que se aprenda de um dia para o outro, requer, antes de mais nada, vontade, desapego e exercício diário. É para fazer parte da sua vida. Pra sempre!
Apenas dê o primeiro passo. E deixe-se levar. Você estará fazendo um bem imensurável não só ao outro, estendo-lhe a mão, como a você mesmo, servindo de referência para toda uma sociedade e, quem sabe, para as futuras gerações. Espalhe as sementes, elas brotarão lindamente.
Andrea Kaplan.
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